Acho que um dos melhores momentos de minha gravidez, fora o momento do parto, era sentir os movimentos do meu bebê. Por volta dos quatro meses, comecei a sentir uns formigamentos na barriga, como se eu estivesse com gazes, alguma revolução nos intestinos, coisas assim. Achava estranho e engraçado, mas não sabia dizer se era ou não meu bebê.

Aos cinco meses, descobri que estava grávida da Quinny (nosso apelido amoroso pra ela). Estava muito feliz, radiante, mas era um pouco irreal toda aquela emoção. Eu sabia que existia um ser no meu ventre, mas eu não via, não sabia onde estava, como estava. Foi então, que senti alguma coisa. Uma sensação estranhamente prazerosa dentro da minha barriga, ainda muito discreta, as duas, a barriga e a sensação.

Dias se passaram e a sensação vinha e voltava, até que senti algo mais forte. Tinha alguma coisa “borboletando” lá dentro! Com o tempo e a repetição dos episódios, aprendi a diferenciar um movimento intestinal de um movimento da minha filha. Com o tempo, o “borboletar” dela foi tomando forma e se transformando numa dança gostosa, que eu identificava facilmente, que eu esperava ansiosamente.

Os dias passaram ainda mais e ela se aperfeiçoava mais e mais. Comecei a sentir quando ela se virava e, de vez em quando, podia ver um cotovelo ou um pezinho na minha barriga. Era um misto de sensação estranha com sensação maravilhosa. Minha filha estava mexendo! Meu Deus, tem um cotovelo aqui!

Enquanto curtia os movimentos, passava horas pensando com quem ela poderia parecer. Imaginava cada detalhezinho, cada cantinho do corpo dela. Teria os olhos claros como meus avós? O cabelo liso do pai? Ou o rostinho de bolacha Maria da minha sogra? Ah, certamente será linda… Não importava com quem pudesse parecer. Não é?

E os movimentos do seu bebê, você os acompanha? E a sensação da primeira vez para você?