Apegos e desapegos
Casinha arrumadinha, cheirosinha, todo mundo quer. Mas, esforço que é bom, poucos querem fazer. Ontem, decidi fazer uma faxina “daquelas” na minha casa. Quando eu digo faxina, não imagine, em segundo algum, Andrea de lenço na cabeça, com espanador numa mão e vassoura na outra. De jeito nenhum!
Faxina, para mim, começa com triagem. Para poder limpar melhor, mais rapidamente e manter arrumado (mais facilmente também), é preciso selecionar. Separar o que precisa do que já não nos serve, o inteiro do quebrado, as doações dos “presentes” usados, a reciclagem do lixo. Isso não é fácil, requer tempo, força de vontade, determinação e certo desprendimento.
Há certas coisas que entram e saem do armário constantemente, sobretudo em dias de limpeza, que não são usadas nunca, mas como não conseguimos nos desfazer delas, conseguem superar bem esses momentos e acabam voltando pro armário, mais uma vez. São os chamados “apegos”.
Apegos existem sim. São muito resistentes ao tempo, às limpezas, às triagens e ao uso/ desuso. Muitas coisas novas entram no armário, muita coisa se vai pelo uso excessivo (e, portanto, desgaste), outras se vão pelo não uso. Os tais apegos ficam lá, pairando, servindo apenas de “decoração”, de entulho ou de lembrança de alguma época de nossa vida que ficou pra trás.
Não vou dizer que até os apegos devem ser eliminados. Longe de mim. Apego é história, é simbologia. Apego fica, se você quiser. Mas, por que não dar cabo desse objeto? Por que não oferecê-lo a alguém que pode usá-lo agora, antes que saia de moda ou que o objeto perca a utilidade? Por que não agradar alguém com uma “lembrança” útil?
Abra espaço para as novas lembranças na sua vida. Esvazie seu armário. Renove o ar, renove a ordem.