A turma do Cocoricó para nós
Extasiada, anestesiada, quase em transe. Minha filha diante da tv, assistindo a uma aventura do Cocoricó em dvd. Não sei quem fica mais impressionado com isso, se sou eu ou meu marido. Como pode uma turma de fantoches capturar a atenção de um bebê desse jeito?
A bela história de amor entre Julie e seu dvd da Turma do Cocoricó começou numa noite “carregada” de inverno. Um bebê de dois meses que não conseguia dormir, com sessões de choro incessantes (cólica? Dor de ouvido? Fome? Fralda suja? Tentamos tudo…). Claro, todas as possibilidades foram investigadas a fundo… nada! Depois de alguns kilômetros percorridos no corredor do apartamento, com braços altamente malhados de tanto balançar pra lá e pra cá e uma tentativa de banho calmante frustrada, decidimos tentar o improvável: colocar um dvd e ver a reação.
Começamos com música clássica, depois um cd de lullabies (músicas de ninar) e necas. Aí, lembrei dos 3 dvds do Cocó que meu irmõa tinha enviado do Brasil quando ela nasceu – lembro, inclusive, que na época, critiquei um pouco o “presente”. Achei que ele poderia ter mandado isso depois, não no nascimento. Hoje, agradeço porque ele o fez.
Abri o primeiro, coloquei lá e… pronto! Bebê calou-se, buscou de onde vinha o som e não viu nada, mas ficou ali, curtindo as sombras coloridas que passavam de um lado pro outro da tela e as musiquinhas animadas. Lá pela terceira música, papai começou a balançar naquele embalo de “vamos fazer dodo”(dormir). E não é que deu certo?
Com o passar dos meses, Julie foi virando fã do negócio. Como ela não vê televisão, deixamos que ela assista um pouco, de vez em quando. Ela ama. E vai lá na estantezinha, pega a caixa do dvd e diz: quer! E me dá. Já elaboramos diversas teorias quanto às cores, o formato dos personagens, a musicalidade, etc. Mas, não sabemos ao certo. Só sei que quando coloco o dvd no leitor e as primeiras imagens começam a aparecer, a expressão no rosto dela muda, abre-se um sorriso e, dependendo do personagem, até uma gargalhada sai – seu preferido é o leitãozinho Astolfo, um porquinho muito danadinho.
O melhor é que o pai também virou fã e quem se diverte mesmo sou eu, que assisto de camarote (e me acabo de rir) com o francês cantando as musiquinhas em português (com um baita sotaque transformando todas as palavras em oxítonas) para a filhota… isso, eu deveria gravar!