A descoberta de um pai

A descoberta de um pai

Segundo a psicologia, as primeiras pesquisas sobre o apego e as interações com os bebês sempre foram em torno das relações mãe-filho. Mas, os estudos reconhecem, cada vez mais, o papel importante do pai. Os bebês e os adultos foram feitos para criar laços; os adultos são atraídos pelos bebês, pelo olhar atento, pelos belos sonzinhos que fazem; até o formato do rosto é lindo. Da mesma fora, os bebês se interessam pelos adultos e, pais e mães mudam naturalmente a voz para adotar um ritmo que agrade à criança – é aquela hora em que começamos a falar feito neném. É a tentativa de “sedução” do adulto.

Quando eu estava grávida, sempre me perguntava se meu marido iria me ajudar com o bebê quando ele nascesse. Não que eu tivesse medo de que ele fosse “ausente” ou não estivesse nem aí, não é isso. Na verdade, eu queria vê-lo enfrentar a rotina diária, dar banho, comidinha, cuidar quando ficasse dodói. Morria de medo de pensar que maridex seria apenas para as brincadeiras. E, por um bom tempo, foi isso. Ele “tinha medo” de enfrentar certas situações da rotina de nossa filha, como dar a papinha (quando foi hora de começar) e ter que colocar na cama.

Com o passar do tempo, ele foi se acostumando com a rotina dela, com as necessidades diárias que ela tinha. E eu fui, pouco a pouco, abrindo mais espaço para ele. Afinal, eu passava o dia com ela em casa (minha licença-maternidade durou 1 ano  e 2 meses depois do nascimento) e ele, no trabalho. Quando chegava, tinha apenas duas ou três horas com ela, antes do soninho.

Na relação pai-bebê, o tempo é, em geral, a dimensão mais crítica da coisa. É evidente, tanto para o pai como para a criança, que é importante passar um tempo juntos. Com isso, eu não quero dizer muito tempo, em quantidade, mas um bom tempo, em qualidade. Se o pai trabalha o dia inteiro fora, e só tem duas horas por dia para se dedicar ao filho, à noite, isso não é problema algum. Será o tempo deles juntos, e será tempo suficiente para criar laços reais e profundos.

Mas, uma coisa é certa: o pai deve participar e não é só com brincadeiras.

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