Acabei de chegar da terapia. Ai, me sinto levinha, levinha. Esvaziei o saco, deixei todos os problemas que estavam entupindo minha cabeça, perturbando meu sono, lá naquele tratamento. Cheguei sem querer me abrir muito, sem querer dizer nada, mas acabei me empolgando e falando tudo. Esvaziando o saco inteiro!

Que sensação boa, essa de estar leve, solta, sem perturbações maiores. Os problemas não foram resolvidos, mas só o fato de “exteriorizar” já me faz sentir a meio caminho do fim. O melhor de tudo isso é que o tratamento foi baratinho, não precisei marcar horário, só fiz chegar e “era a minha vez”. Enfrentei com unhas e dentes a arrumação da cozinha depois do jantar.

Comecei bem tímida, só guardando o resto da comida e colocando a louça suja na máquina. Depois, lavei as panelas à mão, limpei a mesa, troquei a toalha e os panos de prato e limpei o fogão. Como jantamos cedo, não me preocupei de me cansar mais do que o devido, nem entrar noite adentro na arrumação. Foi aí que me deu aquela vontade de dar uma varridinha nos restos de comida do chão, vi que podia passar o pano, dar uma esfregadinha naquela mancha perto da pia, e fui indo.

Quando dei por mim, tinha dedicado uma hora à cozinha, o tempo de uma sessão de terapia. A hora passou tão rápido, entretetida em arrumar o máximo em menos tempo, limpando sem me cansar, mas pelo contrário, me dando o prazer de deixar pensamentos e aborrecimentos do dia por lá, na esfregação da pia, do chão. Como disse, saí levinha dessa hora. E livre para ir fazer aquilo que mais gosto no fim do dia, tomar uma ducha e me deitar na caminha limpa e arrumadinha, lendo um bom livro.

E você, que faz para “se sentir leve” das preocupações do dia?