Tentações do shopping
Gosto de shoppings, e, inclusive, moro perto de um (não foi proposital, claro). Gosto de ter as facilidades de um centro comercial perto de casa. Achar tudo num só lugar, gastando apenas uma ida, uma gasolina é positivo. Porém, concordo com aquelas que pensam, como minha cunhada, que shopping é centro de consumo exagerado, um local para estimular a compra desregrada, cheio de tentações e com muitos tentáculos para nos agarrar.
Justamente, outro dia, fui tomar um café com uma amiga no shopping – o melhor lugar para nos abrigar nos dias tristes e frios do inverno da Terra do Gelo para partilhar um bom papo e um chocolate quente.
A minha loja preferida de lingerie, a La Senza, estava fazendo mais uma daquelas maravilhosas promoções de calcinhas e sutiãs. Cada um mais lindo que o outro! Passamos na frente indo ao café, eu dei uma piscadela, voltamos por lá, resolvemos entrar. Sem nem pestanejar, minha amiga pegou logo 4 sutiãs na primeira arara que ela viu. O tempo que precisou foi de 2 milésimos de segundo, e foram apenas para verificar o tamanho. Uau!
Fiquei impressionada, realmente. Aí, sem maldade nenhuma, perguntei se ela ia experimentar logo ou se ia olhar mais alguma coisa antes. Ela colocou tudo de volta na arara. Fiquei mal. Achei que tinha falado demais, eu com minha boca grande. Ela me olhou e explicou… quando eu lancei a pergunta, ela reviu a gaveta dela de lingerie e percebeu que ia fazer uma besteira. Comprar mais um conjunto, mais 4 sutiãs, mais isso ou aquilo. O importante não era diminuir o custo na atitude dela, era o olhar. Ela conseguiu ver a tentação e abrir os olhos para evitar uma redenção desnecessária.
Ela não ia ficar mais pobre, nem causar uma catástrofe mundial comprando aquilo, mas iria contra seus princípios. Podre de chique, a minha amiga. Fiquei orgulhosa dela.