Não se fazem mais pediatras como antigamente…
Não se fazem mais pediatras como antigamente, eu diria. Meu “pediatra”, por assim dizer já que cuidou de mim do nascimento até meus 23 anos, Dr. Weber de Melo, tinha vários diplomas na área médica, especializações, mestrado e doutorado em Pediatria, mas não prescrevia um antibiótico. Eu o amava! Infelizmente, ele nos deixou 10 anos atrás. Já não posso mais contar com sua consciência profissional e seus conhecimentos para cuidar de minha filhota, nem de mim mesma. Tenho que viver à mercê dos profissionais da saúde que pairam por aí…
Dr. Weber não medicava, ele orientava. Quantas vezes meus pais chegaram lá aflitos por um diagnóstico preciso e uma cura a minhas aflições e penas e sairam de lá com uma aula de medicina natural, osteopatia e homeopatia? Frustração com isso? Nenhuma. Pelo contrário, aprendemos muito com ele e suas técnicas que davam arrepios nos colegas de profissão. Alopatia, lá em casa, só depois do desaparecimento do nosso amigo. Não achamos substituto a sua altura.
Na Terra do Gelo, o Canadá, a lei determina que qualquer pessoa, para ver um especialista (pediatra, gineco, urologista) precisa de um médico de família. Na verdade, ele fará a triagem dos problemas e determinará a necessidade, ou não, de ver um especialista para o caso. Aqui, somos imigrantes, e na região onde viemos morar, a demanda por médicos de família é grande e a quantidade disponível não atende ao público. Resultado disso? Filas de espera gigantescas de anos! Exatamente, anos, no nosso caso. Me inscrevi quando cheguei 4 anos atrás. Até hoje, alguns telefonemas, trocas de informações, mas a determinaçòa oficial de nosso médico de família ainda não ocorreu.
Eu que nunca gostei de ir ao médico, que sou avessa a remédios desnecessários e todo o kit, me senti no paraíso! Desde que me mudei, fui ao médico uma vez… e por pura falta de informação, parir! Da próxima vez, sei o que fazer agora… Minha mãe que diz que não entende o sistema de saúde daqui, um país desenvolvido sem médico para a netinha dela. Mas, me diz, quem falou que a netinha tá precisando de médico?
Quando tínhamos um problema, a solução era ir à emergência do hospital – coisa que nunca fiz – ou então, recorrer a uma das clínicas particulares que existem pela cidade. As chamadas policlínicas em alguns regiões do Brasil. Vários médicos generalistas reunidos para ver todo tipo de coisa e determinar a tal necessidade de especialista ou não. Toda vez que fui lá, dei de cara com um bronco, que receitava um antibiótico para a minha filha e não resolvia as otites nem as febres como deveria e acabava com seu estômago.
Decidi parar e consegui, a muito custo, achar o meu “médico” canadense, mas de nacionalidade francesa, um naturopata. Viva! Encontrei o paraíso… Tratou as otites e as febres repetidas, curou uma inflação no olho que resistia desde seu nascimento e agora, me ganhou também com a cura da minha dor de estômago (que não é úlcera!). Tudo na base da homeopatia e massagens. 🙂