Acho que fiz uma grande descoberta hoje. Sempre soube que tinha uma personalidade forte, muito exigente, contraditória e autoritária, além de frágil. Um misto de escorpião com ascendente em capricórnio (para os entendidos) e serpente no horóscopo chinês. Mas, daí a descobrir que isso tudo influenciava a minha vida doméstica, achei que era muita “viagem” de minha parte. Não, não, não.

Comecei a estudar, em detalhes – como manda o figurino na escorpionina – meus comportamentos ao longo dos anos, nos diversos períodos de minha vida (solteira na casa dos pais, solteira sozinha, casada, com filhos) e observei alguns fatos recorrentes: quando a bagunça se instala, na minha concepção, tenho uma falha no “sistema” interno e bloqueio a vontade de agir por alguns dias, o que deixa a situação um caos (ainda maior, se não for pleonasmo) até que… eu me revolto internamente com aquilo que me vem me irritando a alguns dias e batos as asinhas e decido colocar a mão na massa.

Preguiça foi embora, arrumação feita? Tudo resolvido? Não. Nessa hora, aparece outro problema: a limpeza/ organização leva mais tempo que o necessário porque me digo se é para fazer, vamos fazer bem feito. Decidindo fazer IMPECAVELMENTE, eu quero dizer, triando tudo, jogando tralhas fora, reciclando, catalogando. Fazendo a verdadeira arrumação nos armários, na cabeça, limpeza dos móveis e da mente. O acúmulo de tarefas retarda bastante a organização final. Eu acabo me cansando, viajando na maionese (conhecem essa expressão?), outras prioridades aparecem e o que deveria ser uma super arrumação vira uma pequena montalha de entulhos no meio do cômodo em questão.

Culpa do perfeccionismo? Talvez. A questão é que isso retarda a ordem na casa, nas coisas, no papel. Mas, uma vez que faço, fica mesmo impecável para a minha rotina. Em geral, não preciso voltar atrás, nem fazer mudanças, porque encontrei o lugar certo para cada coisa, o jeito certo, aquele que me convém, bastando apenas manter.