Eu? Jamais! Eu DETESTO academia, tenho horror a suar e contar flexões nunca ser;a meu forte. Decididamente, não nasci para ser atleta. E quando descobri que estava grávida, a coisa não poderia ser diferente, né? Como fazer, então?

Tomei uma decisão simples: eu não sou mais apenas eu, portanto, não posso destruir minha vida sozinha. Tenho que consultar minha melancia (como eu carinhosamente chamava meu bebê na barriga) e saber o que ela quer fazer. Se ela disser que quer caminhar, nós caminharemos, se ela decidir que é hora de acelerar o passo, nós aceleraremos! E assim foi feito.

Comecei fazendo uma modificação no meu itinerário para ir ao trabalho: como ia de ônibus (pegava um ônibus daqui de casa até o centro de Ottawa e outro até a porta do meu trabalho), decidi descer alguns quarteirões antes e percorrer os últimos metros a pé. Na volta, a mesma coisa, não pegava o ônibus na porta do trabalho, mas uns 500, 600m depois.

Com 4 meses de gestação, fui contratada em mais um emprego, só que no prédio onde trabalhava, o elevador nunca funcionava quando eu chegava. Resultado: eu subi os 4 andares a pé praticamente todos os dias até o final da gestação (trabalhei até a metade do 8º mês).

Por volta do 5º mês de gravidez, resolvi incorporar mais uma atividade física aos meus dias e me matriculei na hidroginástica para gestantes. Uma maravilha! Além de relaxar, me exercitar e alongar meus músculos, estava lentamente me preparando para a “Maratona Janeiro 2008” (o parto). Nossa preparadora, a Jackie, dizia assim mesmo preparar-se para o parto é como se preparar para uma maratona! Quanto melhor você se preparar, mais facilmente percorrerá os quilômetros até a chegada. E assim foi…

Fazíamos exercícios de trabalho da pélvis, alongamento, respiratórios. Voltava para casa levinha… e dormia feito um anjinho. Só parei mesmo três semanas antes do parto porque era época de Natal/ Ano Novo e a professora decretou férias. Humpf! Eu queria ter continuado e parido ali mesmo, na água!

Com a chegada do inverno, aqui na Terra do Gelo, muita neve nas ruas e nos pontos de ônibus. Caminhar virou uma tortura! Eu e a minha melancia, umas duzentas camadas de roupa, casacão, botas de inverno (que não são bonitas e nem leves) e as bolsas de mão e com o material das aulas. Quem é professor, sabe o peso que isso representa… tinha dias que eu chegava em casa e me pesava: 15 quilos a mais só de roupas, botas e material. Pode? Uma baita ginástica, não acha? Fora isso, enterrar e desenterrar os pés da neve para vencer as “montanhas” que se formavam nas calcadas, não é brincadeira! Concorda Sandra?

E consegui, sem muita dificuldade (física, pelo menos, porque quase quiseram me levar pra faca!) o meu tão sonhado parto normal. Com certeza, certo preparo físico ajuda sim, antes, durante e depois do trabalho de parto. Mas, o que me ajudou mesmo, foram os exercícios respiratórios e as contrações do períneo que aprendi no Curso de Grávidos.

E você, fez ou está fazendo alguma atividade física durante a gestação?

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