Verde que te quero verde!
Moro ao lado de um parque. Tá certo que ele passa metade do ano submerso em neve, mas mesmo assim, é lindo. Além de lindo, super útil. Decora a área residencial, vira pista de pouso para as aves da região, parquinho de brincadeiras para as crianças e até pista de patinação no gelo para os adolescentes treinarem hóquei – o esporte preferido dos canadenses.
A escolha pela casa perto do parque foi totalmente aleatória, já que nem sempre é possível unir a região perfeita com a casa dos sonhos que cabe no bolso da gente. Mas, a coincidência foi extremamente feliz! O verde domina as janelas, alegra os dias e nos traz ar puro aos pulmões cansados do vento frio do inverno longo. Quanta alegria de ter um parque por perto!
Estive lendo, recentemente, os resultados de um estudo canadense apresentado no American Heart Association em Março de 2009, que mostra que as crianças que vivem em bairros onde há mais parques, áreas e espaços verdes andam mais. O princípio aplica-se também aos adultos. Por que será, hein?
Porque caminhar é um prazer, sobretudo quando dias menos frios chegam, o sol, de fato, esquenta e a grama vai ficando verdinha de novo. Fora isso, é bom pro coração, para gastar calorias, para trabalhar os músculos, para pensar.
No estudo, foi estabelecida uma ligação entre o número de parques e proximidade e freqüência de caminhar para crianças com idades entre 8 a 10 anos. O professor do Departamento de Medicina Preventiva e Social da Universidade de Montreal e investigador do Centro de Pesquisa do Hôpital Sainte-Justine, Tracie Barnett – o autor principal – afirma que é importante o transporte ativo, a pé ou de bicicleta, que isso é uma estratégia promissora para a saúde pública para aumentar o gasto energético e travar uma luta contra a epidemia da obesidade.
Sabemos que há 30 anos, menos e menos crianças vão a pé para a escola, ao passo que taxas de obesidade estão a aumentar, sugerindo que estes dois fenômenos podem estar ligados.
No local onde moro, Gatineau, há um movimento para incentivar os seus cidadãos a andar a pé, pegar ônibus, andar de bicicleta. Por duas grandes razões: diminui o fluxo de carros nas ruas – aumentando a segurança dos pedestres, diminuindo o gasto de combustível e diminuindo a poluição do ar também – e claro, para estimular a prática de esportes.
Resultado disso? Pessoas mais sorridentes, bate-papo no parque, crianças mais saudáveis (e menos obesas) e todo mundo mais bronzeadinho. Ô alegria!!