Marie e Loïc – uma história de amor

Marie e Loïc – uma história de amor

Marie esperava um bebê saudável, lindo e grande. E foi o que aconteceu, só que antes da data prevista. Um repuxão nas costas, uma pontadinha no baixo ventre e pronto, uma aguinha descendo pelas coxas. A bolsa estourou aos sete meses de gravidez. E lá fomos nós todos, os amigos, visitá-la em casa, onde Loïc nasceu saudável, lindo e grande como previsto.

Apesar de ser prematuro, nasceu com bons pulmões, gritando aos quatro cantos que estava ali, bem e feliz. Apareceu no hospital, para um check-up dos pulmões, do estado geral e foi liberado. Nem precisou de incubadora, nem de raios ultra-violetas pra icterícia, nem nada. Forte e comilão, mamava feito um glutão e dormia bem.

Ah, dormir ele gostava sim. E sempre de barriguinha pra cima, como manda o figurino dos bebês saudáveis. Só que ele acabava sempre se “virando” e dormindo de bruços, mas ele mesmo dizia, “é só um pouquinho, mamãe”. Marie sempre ia lá, mudava de posição e o sono continuava. Comia bem, sorria a todos, menino sociável.

Mas, quis o destino, que um dia, durante o sono, Loïc se apagasse. Mamãe o colocou pra dormir, depois do banhinho gostoso, do peitinho e dos arrotos. Tudo dentro dos conformes, sem transtornos, sem choro, ele dormiu. E não abriu os olhinhos quando chegou a hora de terminar a soneca. Marie se preocupou com a demora, mas achou que ele estivesse cansadinho. O tempo passou, minutinhos a mais e nada. Até que o coração da mãe doeu e ela resolveu dar só uma verificadinha.

E que dor foi aquela! Encontrar seu bebezinho lindo e saudável, de olhinhos fechados, sem querer abrir. O que fazer e o que sentir? Como mãe e amiga de Marie, só posso dizer que não consigo aceitar isso. Parece-me inconcebível uma dor como essa, uma visão como essa. Um bebê de 4 meses que morre dormindo… sabe-se que muitos fatores entram em jogo nessa hora, a saúde do bebê, o ambiente onde dorme, o berço, a circunstância toda. Mas, do ponto de vista racional, isso conta. Na hora de falar em sentimentos, a dor é sem explicações…

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