Já fui uma consumista nata. Admito que gostava de comprar, gastar, ter o prazer de entrar numa loja –de qualquer coisa, diga-se de passagem – e comprar, nem que seja um prego. E sair com a sacolinha.

Mas, isso foi nos meus tempos de solteira, de vida sem partilha, outro momento. Hoje, mãe de família, casada e com contas a pagar mais altas que na solteirice, além do mais, madura, vejo que a história do compra-compra precisa ter uma certa lógica. E na minha vida atual, não tem.

Desde que meu marido perdeu o emprego, num determinado momento de nosso casamento, em algum lugar do passado, comecei a mudar. Primeiro, por causa do susto de perder uma fonte sólida de renda, das duas que tínhamos. Segundo, porque comecei a ver que era uma consumista sem freio. Tudo por causa dos bons salários que tínhamos, a facilidade de passar o cartão de crédito, o dinheiro de rodo. Não sou fã de coisas caras, mas comprando, pouco a pouco, coisas baratas, você acaba o mês com uma conta enorme também. Eu não sabia bem disso.

A perda do emprego foi um sinal. Acredito eu, bem positivo na minha vida. Comecei a observar melhor meus armários, minha conta bancária, meus estoques. Comecei a me perguntar onde iria guardar aquilo, caso o comprasse. Quase não tinha lugar pra nada em casa. Cheia de coisas. Coisas demais.

Desde que mudei minhas atitudes, meu estilo de vida, meu nível econômico (que desceu, subiu de novo e está maravilhoso, merci), me sinto bem melhor. Vejo que abri os olhos e que tenho um estilo de consumo completamente diferente. Continuo comprando, e muito, porém o necessário, o que vai ser consumido.

Será que você já abriu os olhos?