Por onde a tia passa…
Aqui, já contei de mim e do meu avô e sua bagunça organizada. Agora, vou falar de caso extremo de uma de minhas tias.
Minha tia é bem excêntrica, isto é, bem especial no seu jeito de ser. Não é hippie, nem pinta o cabelo de azul. O que quero dizer é que ela tem um jeito diferente de ser, pensar, ordenar as coisas. Em toda a minha vida – e olha que convivi bastante com essa tia querida – nunca vi minha tia procurando alguma coisa. Ela já nasceu com o gene da organização!
Aliás, o mantra dela era o mesmo da irmã, minha mãe, cada coisa em seu canto, cada coisa em seu lugar. Na casa dela, nunca vi pilhas ou acumulações de nada em canto nenhum, pois ela tem um planejamento bem militar de limpeza e organização da casa, e nas férias, quando ia para a casa dela durante dias, tinha que me submeter às “aulas” de organização e ao regime militar. Mas, eram férias na casa da tia, e, até isso, era divertido com ela e as primas queridas.
Sim, Andrea, mas até aí não tem problema algum. Cadê a falha dela? Tudo visível era perfeito. Só que tudo atrás de porta ou escondido numa gaveta merecia cuidado. Você nunca sabia o que poderia “sair dali”. Minha tia acha(va) que a gente tinha que arrumar o que os outros podiam ver, podiam falar. Era a história de arrumar “por onde o padre passa”. Conhece?
O que não funcionava bem no sistema dela era o fato de ele nõa servia para facilitar a vida dela, mas por causa dos outros. Entendeu? A casa arrumada (superficialmente) era para os outros verem, acharem que ela era a esposa perfeita, a dona-de-casa exemplar, etc. Não era para que ela se sentisse bem na própria casa. Você se identifica com ela, pelo menos um pouquinho? Eu acho que é importante que todos os aspectos da sua organização (casa, papéis, vida, trabalho) sejam por e para você mesma. Reflita!